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As Entidades que comandam o TPM.

Se o médium se torna humilde, inocente, forte, saudável, justo, livre e com um lar harmonioso, com certeza ele será um médium de primeira grandeza e de grande importância para a prática

Muitos dizem que o desenvolvimento da mediunidade não nos espiritualiza, a não ser pelos próprios ensinamentos das entidades. Esse é um erro, pois as incorporações e o contato com as entidades nos modificam e espiritualizam não só pela transmissão de seus ensinamentos como pela absorção de suas vibrações. Vamos analisar:

  • Os Pretos Velhos representam a humildade.
  • As Crianças representam a inocência.
  • Os Caboclos de Ogum representam a força.
  • Os Caboclos de Oxossi a força natural da cura.
  • Os Caboclos de Xangô representam a justiça.
  • Os Boiadeiros representam a liberdade
  • Os Ciganos representam a harmonia familiar

Embora existam outras linhas como exemplos bastam estas.

Quando o médium inicia o seu desenvolvimento mediúnico, mesmo que não incorpore as entidades, mas sempre fica sob as suas vibrações, havendo uma permanente troca de energia. Vamos admitir que o médium seja prepotente. Com a troca de energia do Preto Velho, a humildade começa a tomar conta da vibração do médium. Então, ele já não mais é prepotente, mas é fraco. O contato com os caboclos de Ogum lhe dá força, e a fraqueza desaparece. Se ele é uma pessoa injusta, os Caboclos de Xangô lhes tornam mais justo. E assim acontece com a inocência, a cura, a liberdade e a harmonia na família, tudo de acordo com a vibração de cada entidade. Então se o médium se torna humilde, inocente, forte, saudável, justo, livre e com um lar harmonioso, com certeza ele será um médium de primeira grandeza e de grande importância para a prática da caridade.

Adiante estou descrevendo as entidades que trabalham comigo. Essas descrições são para dar a idéia do que falei acima.

CABOCLO AKUAN – Como em outro local deste site já foi dito, o Caboclo é a entidade da linha de Ogum que é o meu pai de cabeça. Os oguns não gostam de dar consultas, mas por ele ser o chefe espiritual do terreiro ele se obriga a atender as pessoas e dar ordens. Ele fala muito bem, mas nem sempre fala igual.Como pode ditar uma mensagem com um português bem refinado, logo em seguida fala atrapalhado e arranhado. Costuma demonstrar alterações sentimentais. Como todo Ogum passa de fase tranqüila para a irritação. É franco e direto. Não admite a fraqueza, talvez por ser o chefe que combate as demandas. Apresenta-se com um corpo jovem, corpulento com invejável físico. Tem cabelos longos, ligeiramente ondulados, caídos sobre os ombros, trazendo uma fita na testa segurando uma pena, exceto quando se apresenta no inicio dos trabalhos, com saiote de penas brancas e vermelhas, com um cocar de chefe de tribo, trazendo em uma das mãos uma lança e no braço direito uma águia, forma de energia maravilhosa que costuma ajuda-lo nos trabalhos espirituais. Uma ressalva: quando existe demanda para ser resolvida, pinta seu rosto em volta dos olhos com tinta preta e sua vestimenta é toda escura. É filho de Ogum com atuação na vibração de Ogum Naruê, sabidamente o chefe dos Caboclos Quimbandeiros. Tem estreita ligação com o Caboclo da Pantera. Muitas vezes deixa transparecer sua inocência a ponto de ficar encantado com o fósforo e o cadeado, coisas que não eram de sua época. Não é de muita brincadeira, mas recomendou que o terreiro presenteasse um cadeado a cada um de seus filhos, porque assim falariam menos e cometeriam menos injustiças.

Quero ressaltar um fato interessante a seu respeito. Seu nome correto é Akuen, mas eu sempre o chamei Akuan, por essa seria a pronuncia de “Akuen”. Na história dos tribos o seu nome aparece inclusive como aparecendo o dialeto akuens. A jornalista Lucilia Guimarães, no terreiro a Mãe Lucilia fez uma entrevista com o sertanista Orlando Villas Boas e a meu pedido foi formulada uma pergunta sobre o nome Akuen e por ele foi dito que o último índio descendente dos akuens foi o índio Aimoré.

O Caboclo Akuan representa a FORÇA.

PAI MANECO – O Pai Maneco é alto, forte, cabelos brancos e rosto vincado pelas rugas. É a entidade que há mais tempo trabalha comigo. É o meu grande amigo, conselheiro e protetor. Intransigente não deixa nada escapar sem uma advertência, por menor que seja o erro. Apesar de bondoso e compreensivo, é de uma exigência extrema. Jamais vi qualquer alteração no seu emocional. Quer obediência dos médiuns para o ritual da Umbanda e para tudo que diz respeito a moral e a ética. Diz que o homem deve ter conscientização de tudo, inclusive para os fenômenos espirituais e da mediunidade. Perguntei-lhe o que é a humildade, pois entendo que às vezes o homem tem a vaidade de ser humilde.  Disse-me: “o homem humilde é aquele que não julga ninguém.” Outra vez ensinou-me: “Eu sou justo. Sei que sou justo porque vivo entre eles. Isso é conscientização. Entretanto, se eu quiser ser mais justo que os justos, aí então serei vaidoso”. Uma vez uma pessoa queixou-se: “Meu Pai, a canga está pesada. De pronto ele respondeu: se o boi soubesse a força que tem ninguém lhe botaria a canga”. Perguntaram-lhe qual a sua ótica para o sofrimento e qual seria a sua explicação.. “Só sofre quem não tem conscientização”. E outra: “quando a morte não assusta, a dor não é sentida, o perigo não atemoriza, o elogio não envaidece, a critica não enraivece, o homem atingiu um bom estágio espiritual”. Fica bem claro pela coisas que diz e faz, que tem como principio básico a humildade e a conscientização, Recomenda sempre não julgar o semelhante.

O Pai Maneco representa a CONSCIENTIZAÇÃO.

PAI LUIZ – O Pai Luiz é um preto velho maravilhoso, miúdo e velho, apresenta-se arcado e anda com dificuldade. É doce e bondoso, meigo e carinhoso, mas tinhoso e matreiro como todo preto-velho. Tem uma barba grisalha.Fala miúdo quando na terra, mas trabalha espiritualmente com muita força e sutileza.

O Pai Luiz representa a HUMILDADE

CABOCLO JUNCO VERDE – Para compensar a tristeza do homem, a alegria é a marca deste grande guerreiro da espiritualidade e umbandista radical. Corpo enorme,cabelo curto, apresenta-se com idade madura, é desajeitado mas de um humor contagiante. Quando desce no Terreiro a vibração fica intensa. Dentro de um critério que lhe é peculiar faz a gira agitar-se de uma forma impressionante. Sabe como poucos fazer consulentes elevarem suas vibrações positivas. Por várias mensagens deixa claro ter vivido antes da invasão no Brasil, pois desconhecia o espelho. É radical com as religiões, admitindo apenas a Umbanda como legitima. Diz que ela é a melhor pelo seu equilíbrio, pois reúne forças paralelas: a Umbanda e a Quimbanda. Não se manifesta, sob nenhuma hipótese, em terreiros que não seja autenticamente dentro da lei da Umbanda. Não deixa a gira esfriar e exige o máximo dos ogans de atabaque, tanto que seu ponto de chamada não for cantado com força e ritmo, não incorpora. Foi chefe e se apresenta com um cocar longo e saiote com a dominância da cor verde, de seu honroso pai Oxossi. Além de me sentir honrado em ser seu cavalo, é muita gostosa sua incorporação. Deixou várias mensagens muito bonitas, todas enaltecendo a Umbanda.

O Caboclo Junco Verde representa o EQUILIBRIO

CABOCLO DA CACHOEIRA – O Caboclo da Cachoeira, um legitimo representante da linha de Xangô, é sisudo, rosto vincado e corpo esguio. Fala pouco, mas seu senso de Justiça é dominante. Cumpre rigorosamente todo o ritual da Umbanda e é capaz de abandonar o Terreiro se alguém lhe faltar com o respeito. É intransigente. Embora aparente mau humor, tem um coração imenso e é capaz de emocionar-se diante da tristeza dos seus filhos.

O Caboclo da Cachoeira representa a AUSTERIDADE E JUSTIÇA

MESTRES CHIN E SHIBIA – Às vezes eu me perguntava porque eu recebia duas entidades orientais, isso desde o tempo que eu só trabalha no espiritismo tradicional. Hoje eu sei bem as divisões que ambos mantinham dentro dos nossos trabalhos. O Mestre Chin, é um chinês pequeno, muito velho com barba branca e comprida, a qual ele gosta de ficar alisando. Suas roupas são da cor verde, com um galardão no ombro como se fosse uma meia lua. Quando se apresenta outras entidades ao seu lado fazem uma defumação com turíbulos. É de uma doçura enorme, gentil e paciente. O Mestre Shibia, ao contrário, veste-se rusticamente coberto com uma pele de carneiro, carrega um cajado e não é muito gentil, sendo até arredio. Hoje na Umbanda entendo perfeitamente quais as suas tarefas emn um grupo. O Mestre Chin é a vibração em harmonia e o Mestre Shibia o que extrai ectoplasma dos médiuns.

CIGANO WOISLER – O Cigano Woisler foi a primeira entidade que se manifestou comigo desde a minha infância. Contei esse episódio em meu livro Grifos do Passado e não quero ser repetitivo. O mais bonito da linha dos ciganos não é só a sua alegria e felicidade, mas o valor que eles têm pela família. A grande especialidade da linha dos ciganos é exatamente cuidar que as famílias vivam em harmonia e bem estar. O Cigano Woisler é uma entidade que se apresenta      em idade madura, cabelos grisalhos.

Os ciganos representam a FELICIDADE.

JOÃO BOIADEIRO – O seo João Boiadeiro é a entidade mais sujeita a alterações do humor. É fechado, brinca muito pouco, nada pode ser falado de forma errada, não admite que seja contrariado e suas ordens devem ser cumpridas imediatamente sem nenhum questionamento. Às vezes apresenta-se com bigode grosso e caído do lado, usa um facão na cinta, e está sempre ao lado de um cavalo tordilho. O seu chapéu é inconfundível. A linha dos boiadeiros é de uma importância muito grande no auxilio das pessoas, mesmo porque costuma trabalhar , quando necessário, com a vibração da linha da esquerda. Conhece bastante a arte de curar e das ervas, diz que seu patrão é o Sol e sua patroa a Lua. Pela sua profissão vive quase sempre longe da família, e por isso suas cantigas sempre são de saudade.

O Boiadeiro representa a LIBERDADE

EXU TRANCA RUAS DAS ALMAS –  É muito difícil para qualquer um servir de aparelho para o Exu Tranca Ruas das Almas e não ficar envaidecido. Realmente é uma entidade maravilhosa, segura, firme, austera, dominadora e não precisa falar para mandar. Seus olhos mudam de cor, às vezes cinza e claro, outras azuis claras, e por isso é capaz de comandar uma gira só com o olhar. Diz que no seu degrau ninguém pisa. Tem patrão e comandados e não existe outra forma de participar da Quimbanda. Sua casa é a Cruz das Almas. No nosso Terreiro ele é o chefe da Linha da Esquerda.

O Exu Tranca Ruas das Almas representa o EQUILIBRIO.

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