Minha Opinião – Janeiro 2011
Dizer que um Terreiro de Umbanda é grande, é o mesmo que dizer que o fogo é quente e o gelo é frio. Não existe Terreiro de Umbanda pequeno. Existem Terreiros com mais e outros com menos médiuns.
Em textos anteriores e sempre que posso prego sem nenhum constrangimento a gostosa liberdade que a Umbanda usufrui por conta da não interferência de órgãos mandantes em suas organizações básicas. Particularmente eu acho que as Confederações e Federações deviam ter suas atividades limitadas aos serviços cartoriais, facilidades de comunicação em áreas on-line e patrocínios de cursos e encontros que digam respeito à religião. Jamais devem interferir na sagrada área filosófica de cada terreiro. Sempre simplifiquei minha atitude recusando-me a filiar o Terreiro que dirijo a qualquer Federação ou Confederação. Agora mudei de idéia e pedi afiliação à Federação de Umbanda do Paraná porque eu confio nos seus dirigentes.
Sempre preguei a musica de boa qualidade na Umbanda porque ela reúne as pessoas. Recentemente a Federação da qual sou afiliado patrocinou um grande e extraordinário evento que foi uma competição musical onde as corimbas dos Terreiros defenderam musicas inéditas sobre a Umbanda. Como era competição, regras foram criadas. O Teatro Estadual do Guaira ficou lotado. Foi um evento, sem nenhuma duvida, para ficar na história da Umbanda daqui da nossa terra.
Por outro lado fiquei na assistência como observador e critico, não das musicas ou das corimbas, mas do comportamento do público que lotou as dependências do teatro. Por ser uma pessoa irreverente, vi e assisti o que ninguém viu ou assistiu: a briga pela vitória, tal e qual um esporte das massas. A cada apresentação se ouvia os aplausos efusivos dos membros do Terreiro que se apresentava, e as palmas menos fervorosas eram dos adversários que cumpriam sem entusiasmo as normas da boa educação. Por isso sou contra disputas. Todo aquele que vence deixa como seqüela a decepção dos derrotados. Sai dali com a lembrança das Escolas de Sambas no tempo que brincavam nos carnavais do passado, quando tudo era alegria, camaradagem e amadorismo, diferente das Escolas atuais que têm compromisso com a fama e o dinheiro. Essa transformação foi criada pela competição e o dinheiro do prêmio aos ganhadores. A Umbanda não merece isso.
Claro que nossa Federação não é culpada disso e a não realização da competição não deve ser abolida, muito embora eu continue com o firme propósito de não permitir que o Terreiro do Pai Maneco entre em qualquer competição, porque entendo que nosso adversário é o mal que vem da escuridão onde vivem os espíritos maldosos e rancorosos e não nossos co-irmãos.
Dizer que um Terreiro de Umbanda é grande, é o mesmo que dizer que o fogo é quente e o gelo é frio. Não existe Terreiro de Umbanda pequeno. Existem Terreiros uns com mais e outros com menos médiuns. O Terreiro que dirijo tem mais de mil médiuns atuantes, e nem por isso ele é maior ou menor daquele que tem um dirigente e sete médiuns. O que iguala os Terreiros é o amor e a caridade marcas sem as quais eles serão inexpressivos e pequenos mesmo que tenham vasto patrimônio e extensa lista de associados. Como sou afiliado da Federação de Umbanda do Paraná por minha vontade e por acreditar nos seus dirigentes vou me aproveitar disso para sugerir que a ela nesse ano de 2011 promova:
- Festivais de musica e canto independente de competição, sem que com isso deixe de ser realizado o festival competitivo mesmo sem a participação do terreiro que dirijo.
- Palestras que deverão ser feitas por dirigentes que representem as várias correntes da Umbanda no Brasil, cujas palestras deverão primar pela liberdade filosófica do palestrante;
- Que seja criada uma engoma oficial da Federação de Umbanda do Paraná para apresentação e divulgação da musica da Umbanda em locais públicos. Essa engoma deverá ser composta por membros das engomas que concorreram no Festival de Musica realizado recentemente no Teatro Guaira. Os membros dessa engoma deverão ter esse comprometimento de forma gratuita.
Essa é a Minha Opinião!
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