Voluntariado TPM – Visita Comunidade Hermon
Fomos no dia 22.05.2013 até a Comunidade Hermon para fazer a entrega das doações de roupas masculinas, femininas, infantil, bolsas e sapatos femininos e masculinos.
Quem nos atendeu foi a Sra. Sônia, responsável pela casa das crianças e dos adolescentes, localizada na Rua Antonio Muzilo, 44, Bacacheri. Neste local estão estas duas casas onde moram 21 crianças e adolescentes protegidos pela lei e direcionados pelo Conselho Tutelar. Na mesma rua, apenas uma quadra para cima, moram mais de 200 adultos, também parte da Comunidade. Deixamos as doações com a Sra. Sônia, já que ela é a responsável pela separação e divisão das doações para todas as casas. Ela nos mostrou a casa das crianças, começando com uma sala de estudos com uma pequena biblioteca onde as crianças fazem as tarefas na parte da noite, dois computadores que são divididos entre todas as crianças em dias específicos e um escritório utilizado pelos cuidadores e responsáveis.
Seguindo pelo corredor vimos dois quartos com beliches e camas de solteiro. Um quarto onde há um grande guarda roupa aberto onde ficam todas as roupas que são divididas entre as crianças e ao lado um quarto fechado utilizado de dispensa. Neste quarto pudemos ver os itens básicos de alimentação: feijão, macarrão, óleo e muitos pacotes de açúcar – é o que o pessoal mais doa – e nenhum de arroz. Perguntamos como eles fazem nesses dias, ela disse que elas tem que se virar e comprar, tem que dar um jeito.
Ao lado se encontrava um menino na sala vendo tv, era o único na casa no momento, todos os outros estavam em outra sede da Comunidade – uma chácara – fazendo atividades terapêuticas, que fazem parte do acompanhamento dentro da Comunidade. Ela disse que essa parte é muito importante para as crianças que chegam lá sem saber o que está acontecendo, precisam de explicações e atenção já que são vítimas de pais com problemas de alcoolismo, drogas e muitas vezes vítimas também de abuso. Descemos e na parte inferior da casa fica a cozinha, onde encontramos a Sra. Teresa. Vimos o refeitório, uma sala pequena com mesas e cadeiras já bem usadas. Conversamos mais um pouco e subimos para descarregar as doações. Acabamos não indo até a casa dos adolescentes que estava vazia e era igual a esta.
Deixamos todas as doações no escritório, tiramos fotos e conversamos mais um pouco. Elas agradeceram muito as doações, pediram que Deus no dê em dobro e nos convidaram para ir até lá em um sábado quando a galera toda está lá, pois ela disse que não há alegria maior para as crianças quando chega alguém com um saco de balas pra que eles possam ficar em volta conversando, os faz muito feliz… Lembrei dos nossos erês na hora! rs. Ainda disse que com os adolescentes é mais complicado, eles ficam envergonhados e fechados no começo, mas acabem se soltando. É visível a carência não só material, mas também afetiva. A Dona Teresa, cozinheira que mora lá, foi um bom exemplo que mesmo vendo que estávamos indo embora ela ainda veio até o lado de fora com a gente contando que está com o coração apertado, pois o filho está indo morar fora… São pessoas boas, gostei de conhecê-las.
Voltando a hora dos agradecimentos: elas falaram que tudo lá é muito bem vindo e independente de onde vem quem faz o bem, faz independente do credo. Pediu por favor, que se tivermos doações de alimentos e outras coisas também, que por favor, se lembrem deles. Dona Teresa lembrou “vassouras, precisamos de vassouras…” , tudo é bem vindo. Ela disse também que as crianças gostam muito de música, uma vez chegaram a ganhar uma bateria, mas estava tão velhinha que não durou nada, o professor não conseguia dar aula com ela. Bem, numa casa com tantas crianças, é necessário ocupar o tempo delas com atividades produtivas, então a doação de itens educativos para eles é muito importante para o aprendizado e crescimento. A Sra. Sônia comentou que agora no inverno o negócio piora muito lá, pois fica mais difícil a vida na rua então aumenta muito o número de moradores assim como a rotatividade. Na maioria vem adultos, pesando em torno de 40, 45 quilos, usuários de drogas, e na ausência da droga e na ansiedade que ficam, acabam se alimentando mais do que o normal e a comida também vai muito rápido.
Bom, acho que é isso.
Fica aberto o convite para uma próxima doação caso também tenhamos coisas diferentes e a possibilidade de ter mais pessoas envolvidas e ir num sábado, fazer um trabalho voluntário também de boca, ouvido e coração.”
Bruna Cabral
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