Um Ano de Amaci
Um Ano de Amaci
“Deve ser avisado a todas as pessoas das giras que a Umbanda mantém um exército que obedece as ordens de Oxalá. Igual ao exército da Terra, os soldados da Umbanda tem como compromisso assumido no Amaci: defender os fracos; enaltecer os humildes; coibir a prepotência; tirar da escuridão os aflitos, os desesperados e os obsediados; curar os doentes; alegrar os tristes; acalmar os nervosos; aliviar a dor; encaminhar os desajustados; salvar os viciados e trazer honra para a religião brasileira que é a Umbanda. Quem não quiser fazer isso pode se juntar aos pedintes do amor. Quem se doa, ganha.” (Caboclo Junco Verde)
Hoje, dia 8 de maio de 2015, eu completo um ano de Amaci.
Quem passou pela experiência sabe da importância que esse ritual tem para o médium umbandista. O Amaci é um macerado de ervas preparado e magnetizado sob alguns fundamentos específicos, utilizado para lavar o chacra coronário do médium, a fim de firmar seu compromisso com a umbanda, guias e orixás.
Há um ano atrás eu estava com aquele frio na barriga característico, que antecede algum momento importante.
Ansiedade, dúvidas, expectativa, um misto de sentimentos e emoções. No fim, passou tão rápido – não só o ritual do Amaci, mas esse último ano inteiro – que hoje eu vejo que tantas ansiedade não tinha razão de existir.
Hoje não tenho palavras para descrever minha gratidão pelas amizades, ensinamentos, por tudo que eu vivenciei e senti, com a alma e o coração nesse ultimo ano, que sei também que foi só o começo de uma longa e bonita jornada.
Minha eterna gratidão e respeito ao Pai Beco e Pai Gustavo Guimaraes, Caboclo Pena Branca e Caboclo Roxo, que no ato simbólico de lavar minha cabeça, me acolheram não só na corrente do Caboclo Akuan, mas na religião maravilhosa que eu escolhi seguir e que a cada dia me traz mais alegria e aprendizado.
Gratidão ao Pai Jussaro Cunha, que me acolheu de peito aberto na corrente em um momento em que eu estava com a cabeça pipocando de perguntas e por ter tido paciência de responder todas elas.
Meu sincero agradecimento ao Jorge Pfutzenreuter, ao Pedro Fernando Miola e ao meu gato Rodrigo Nickel, pela oportunidade de ter sido cambone por alguns meses que, para mim, nunca vão parecer o suficiente.
Eu acho que uma das maiores recompensas do trabalho umbandista é a possibilidade de conversar com as entidades, ouvir suas histórias, ensinamentos e conselhos. E como eu sou curiosa, perguntava tudo: por que a ponteira estava ali e não do outro lado, porque o ponto foi riscado diferente, o que significava tal elemento. Quando eles podiam, me respondiam. Quando não podiam, por qual razão fosse, esboçavam um sorriso através de seus médiuns e respondiam com carinho que, quando chegasse a hora, eu teria a resposta para todas as minhas perguntas. Me apeguei a todos eles e sempre os levarei comigo, junto com todos patuás, que eu guardo com muito carinho.
Agradeço, de novo, ao Rodrigo, não só por ter exercido tão eficientemente seu papel de padrinho, mas também por passar horas conversando comigo sobre assuntos relacionados à Umbanda e por ter tido uma paciência de outro mundo, principalmente nos primeiros meses, quando eu só queria falar sobre isso, hahaha 🙂
Aos amigos que eu fiz pelo caminho, vocês são a família que Oxalá me permitiu escolher e eu não poderia ter escolhido melhor. Tenho certeza que a nossa história não começou aqui e sou grata por termos nos reencontrado.
Por fim, minha eterna gratidão ao Pai Fernando Guimarães, por ter idealizado e construído a Casa na qual eu me sinto tão amparada e protegida e à Mãe Lucilia Guimarães por, com a força de Ogum e o amor de Iemanjá, não deixar esmorecer o legado deixado pelo nosso querido Babalaô.
Mariana Rieping
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