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O Pai Maneco na Pedreira IV

Oi Mãezinha,
Tudo bem, recuperada das emoções de ontem? Hehe.
Eu tive que colocar em palavras os acontecidos de ontem e quero compartilhar com você o que eu senti.
Há uns dois meses atras, quando fui informada que deveria começar a dar consultas, começaram a surgir muitas dúvidas, sobre tudo, até sobre a existência dos espíritos e se o que vivemos no terreiro não é uma grande loucura (mesmo eu já tendo tantas provas!). Pois bem, após esse tempo nessa minha incerteza do que estava vivendo na Umbanda, neste domingo quis me entregar, mais do que nunca, queria sentir tudo que fosse possível. Como estou saindo de férias hoje, gostaria de ficar com a cabeça limpa e livre de tudo, e o que eu menos queria era ficar com um monte de dúvidas me atormentando. E assim, fui presenteada.
Por ter astigmatismo e miopia, tenho a necessidade de usar lentes, ou minha visão fica muito desfocada. Sempre uso lentes de contato, pela praticidade, mas neste domingo eu resolvi usar meu óculos de grau e ver como seria. Pois tirei os óculos e me concentrei para incorporar Ogum. Após ele chegar e cumprimentar a hierarquia, foi dar o primeiro passe. Eu queria rir. Depois de olhar para o rosto da consulente a qual ele estava aplicando o passe, me fez olhar além, para toda aquela multidão atrás dela. E eu vi, vi tudo, perfeitamente! O próprio céu que não era claro para mim sem óculos, estava num azul incrível! Tão nítido em cada detalhe, céu, árvores, cores, rostos! Que fantástico!! Apesar de sentir a presença do caboclo tão leve, nunca senti tanta certeza, pois hoje ele me fez “ver”!
Depois, quando começaram a cantar para Xangô, conversei muito com ele. Pedi que naquele momento especial ele me permitisse sentir a força dele, a energia dele (pois normalmente eu não consigo sentir). E ele veio e veio com muita vitalidade e força. Sério. Ao bater a cabeça na sua subida, comecei a chorar, sem querer e sem poder me conter, de emoção com a força que ele deixava comigo!
Emoção que seguiu com a chegada do Pai Maneco que não me dava tempo de secar as lágrimas. Os pretos foram chegando, cada um mais feliz que o outro, e depois de eu dar um oi pra todos os pretos que pude, fui me concentrar para receber o preto que trabalha comigo. Ele sempre é muito sério e de falar pouco, mas veio alegre, veio feliz e emocionado com a gira. Riscou seu ponto, conversou com uma médium, e feliz de ver os outros pretos dançando, quis participar daquela alegria. Andou, deu sorrisos, apertos de mão, abraçou a Mãe Lucilia e com grande alegria, agradeceu pela festa! Foi embora rindo, como nunca eu havia visto.
Muito obrigada Mãe Lucilia, por nos proporcionar estes momentos tão únicos.
Obrigada pela sua paciência e compreensão quando precisamos de apoio!
Cada dia estou mais feliz de fazer parte desta casa!!
Beijo grande! Até a volta!

Bruna Cabral
Gira de Segunda-Feira

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