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VÍDEO DENÚNCIA – A INTOLERÂNCIA É UM TAPA NA CARA

A INTOLERÂNCIA É UM TAPA NA CARA…
– Nas minhas escolhas
– Na minha crença
– Na minha genética
– Nas minhas paixões
– Na minha sexualidade

A INTOLERÂNCIA É UM TAPA NA CARA…

A Mãe Lucilia de Iemanjá, dirigente espiritual do Terreiro do Pai Maneco (TPM) publicou na sua página na rede social Facebook um vídeo que denuncia a intolerância religiosa no qual é agredida, com um tapa na cara, durante uma gira no terreiro. O vídeo causa indignação e desperta a discussão sobre o tema da intolerância e o seu viés mais cruel, a violência.

ASSISTA AQUI AO VÍDEO – A INTOLERÂNCIA É UM TAPA NA CARA

“Não quero me fazer de vítima ou me promover. Meu único objetivo é alertar as pessoas para esse perigo que a intolerância, principalmente a religiosa, representa para todos. É uma ameaça à liberdade das pessoas de se expressarem como quiserem sobre espiritualidade e suas visões de mundo”, alerta Mãe Lucilia.

RESPEITAR A DIVERSIDADE RELIGIOSA
Ela lembra que os casos de racismo religioso e de intolerância religiosa têm crescido no Brasil e precisam ser combatidos. “Temos que acreditar que as pessoas e suas crenças podem conviver em respeito. Nós temos que valorizar a diversidade religiosa da sociedade brasileira e dizer não à intolerância religiosa”, diz Mãe Lucilia.

Uma forma de enfrentar o problema da intolerância religiosa, segundo ela, é denunciar os casos. “Não é só com a Umbanda, mas contra qualquer preconceito ou intolerância contra qualquer religião. Não podemos permitir. Temos que denunciar. Só assim isso acaba”, reforça.

COMBATER A INTOLERÂNCIA
Mãe Lucilia faz questão de lembrar que o preconceito e a intolerância também atingem as outras religiões. “Os muçulmanos, talvez os que mais sofrem preconceito hoje, os ateus, os do candomblé, os cristãos, católicos e até mesmo os evangélicos também sofrem. Temos que combater a intolerância. ”

“Todas as pessoas e suas religiões merecem respeito”, destaca Mãe Lucilia e lembra que o Brasil possui leis e faz campanhas contra a intolerância e o preconceito religioso. O dia 21 de janeiro é o “Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa” e foi instituído pela lei Lei nº 11.635/2007. O Disque 100, principal canal da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, foi criado para registro de denúncias.

A Constituição também garante, em seu art. 5º, inciso VI, que é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.

UM PROBLEMA MUNDIAL
Você pode não imaginar, mas as restrições religiosas atingem 75% da população mundial. Uma pesquisa mundial feita em 2009 e 2010 indicou o aumento da intolerância religiosa. Segundo o Instituto Pew Research Center, com sede nos Estados Unidos, 5,2 bilhões de pessoas (75% da população mundial) vivem em locais com restrições a crenças.

“É algo para refletirmos. Por que estamos vivendo essa situação, não só no Brasil, mas no mundo? E é por isso que devemos agir cada vez mais no caminho da compreensão, da união e do respeito, no amor por todos”, diz Mãe Lucilia.

LEIA AQUI O QUE PENSAM ALGUMA LIDERANÇAS SOBRE A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

“Não se pode insultar a fé dos outros.”
– Papa Francisco, chefe da Igreja Católica

“Mesmo que tenham filosofias diferentes, as religiões defendem valores semelhantes para a conduta ética e trazem a mesma mensagem de amor, compaixão e perdão. ”
– Dalai Lama, líder budista.

“Nós não precisamos convencer uns aos outros de que temos a razão e estamos certos, precisamos permitir que cada um tenha a sua fé, a sua crença e a pratique com toda a liberdade possível.”
– Michel Schlesinger, da Confederação Israelita do Brasil (CONIB).

“Manifestamos o nosso inteiro apoio e disposição no sentido de combater e banir o preconceito religioso e a intolerância sectária em todos os setores da sociedade.”
– Sheikh Taleb Hussein al-Khazraji, presidente do Centro Islâmico no Brasil.

“Nós, evangélicos, pregamos pelo amor. O ensinamento de Cristo é amar ao próximo. É necessário ler, estudar e entender a religião para praticar esses ensinamentos.”
– Sérgio Mendes, representante da Associação Evangélica Beneficente.

COMO AGIR NOS CASOS DE INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
No caso de discriminação religiosa, a vítima deve ligar para a Central de Denúncias (Disque 100) da Secretaria de Direitos Humanos.

Também deve procurar uma delegacia de polícia e registrar a ocorrência. O delegado tem o dever de instaurar inquérito, colher provas e enviar o relatório para o Judiciário. A partir daí terá início o processo penal.

Em caso de agressão física, a vítima não deve limpar ferimentos nem trocar de roupas — já que esses fatores constituem provas da agressão — e precisa exigir a realização de exame de corpo de delito.

Se a ofensa ocorrer em templos, terreiros, na casa da vítima, o local deve ser deixado da maneira como ficou para facilitar e legitimar a investigação das autoridades competentes.

Todos os tipos de delegacia têm o dever de averiguar casos dessa natureza, mas em alguns estados há também delegacias especializadas.

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