ENTREVISTA COM ATANAGILDO – PERGUNTA 3
Pergunta 3 – Qual o melhor método para o desenvolvimento mediúnico?
Atanagildo – O desenvolvimento mediúnico não é propriamente um processo algo semelhante à ginástica física, mas implica principalmente no desabrochamento das qualidades morais e intelectuais do próprio médium. É evidente que tal acontecimento é de maior sucesso quando o candidato resolve burilar o seu próprio espírito. O médium há de ser um expositor das ideias do mundo oculto, velando a sua mensagem conforme a sua própria renovação interior. O perfume atraente num frasco de cristal jamais será fragrante num vaso guarnecido de lodo. A lâmpada empoeirada não transmite a luz em sua pureza natural. A criatura em desenvolvimento mediúnico, portanto tenta sensibilizar o seu vaso carnal para servir de transmissor do mundo oculto. Em consequência, ela também há de atrair as entidades desencarnadas de acordo com a sua própria constituição moral e intelectiva. Portanto, se o desenvolvimento mediúnico é uma necessidade para equilibrá-la no trato da vida carnal, nem por isso prescinde de sua própria renovação interior, pois que o melhor método para desenvolver a mediunidade é aquele que ajusta o candidato à frequência das faixas vibratórias do mundo espiritual e lhe garante a estabilidade mediúnica pela sua defesa ligada à usina do Evangelho de Cristo.
Pai Caco – Está nesta resposta de Atanagildo o mais importante esclarecimento sobre o que é necessário para desenvolver a mediunidade: o desabrochamento das qualidade morais e intelectuais. Desabrochamento, neste caso significa o mudança, a modificação, a transformação, para melhor é claro, da moral do médium acompanhada do desenvolvimento intelectual, ou seja, do estudo de todas as coisas relacionadas ao mundo espiritual. Bom médium será aquele que tiver um comportamento exemplar, não apenas no Terreiro, mas em todas as circunstâncias da vida e que tenha se esforçado no aprendizado por meio, sobretudo, da leitura de bons livros sobre médiuns e mediunidade. Somente Chico Xavier deixou um legado de 492 livros psicografados por ele e ditados por espíritos elevadíssimos, livros estes repletos de ensinamentos sobre médiuns e espíritos. Aquele que realmente almeje ser um médium razoável não pode deixar de ler pelo menos 10 destes livros. Allan Kardec nos trouxe O Livros dos Médiuns, O Livro dos Espíritos, A Genese e outros que são fundamentais para o bom desenvolvimento da mediunidade. Tal qual nos disse o Pai Fernando de Ogum em certa ocasião, o médium é como um computador. Só podemos extrair dele o que já está dentro dele. Se não está no banco de dados, como obter a informação? Portanto, é preciso encher o HD do nosso cérebro facilitando assim a atuação das entidades espirituais.
Perceba que um pouco mais adiante Atanagildo diz que a pessoa “há de atrair as entidades desencarnadas de acordo com a sua própria constituição moral e intelectiva”. O que significa isso? Significa que uma entidade extremamente elevada
precisa, necessita de um médium de moral e capacidade intelectual elevadas para poder realizar o seu melhor trabalho. Um médium que não tenha dentro de si os conhecimentos que a entidade necessita não será um bom intérprete do pensamento do espírito. Vemos então a importância de estudar para o desenvolvimento mediúnico. Aliás, estudo é uma das quatro palavras já citadas anteriormente e que são fundamentais para o bom médium: DISCIPLINA, ESTUDO, PACIÊNCIA E SACRIFÍCIO.
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