Mãe Rita de Oxum
Conheceu a Umbanda em São Paulo. “Sempre tive a mediunidade aflorada desde criança, tendo visões e vibrações espirituais. Minha mãe e irmãs mais velhas viviam correndo comigo em benzedeiras ou centro espíritas”.
Há 30 anos no Pai Maneco, sendo 12 como mãe de santo, começou no terreiro velho, na Faculdade Espírita. Até ser cruzada mãe de santo, foi cambone, acendedora de turíbulos para defumação, médium de corrente, capitã e mãe pequena.
“No início fui porque meu pai ficou doente e não conseguia trabalhar. Mal levantava da cama. Minha mãe tinha uma mediunidade tremenda e dizia isso é trabalho feito. Minha irmã mais velha, a Elena, trabalhava com Seu Zé Maria, na Faculdade Espírita e nos encaminhou para falar com a entidade do Pai Fernando. Fomos consultar com Sêo Tranca Ruas das Almas e ele desmanchou o trabalho feito. Isso foi em uma segunda-feira e na terça-feira meu pai levantou da cama, tomou banho e foi trabalhar como se nada tivesse ocorrido. Desde então nunca deixei o Terreiro do Pai Maneco.”
Entidades que trabalha:
Exu: Sêo Tata Caveira; Preta Velha: Vovó Catarina; Caboclo de Oxóssi: Caboclo Guará; Caboclo de Xangô: Caboclo Sete Montanhas; Caboclo de Ogum: Caboclo da Manhã; Cigana Tchermira; Boiadeiro Sêo Venâncio e Maria Homem; Marinheiros Zé da Onda e Baiano Severino e Erê Tiãzinho.
Qual a melhor mensagem deixada em sua vida pelo Pai Fernando?
Digo que encontrei no Pai Fernando mais que um Pai de Santo, para mim foi o pai que o meu não foi, o amigo que precisei nas horas mais delicadas e difíceis. Quando o mundo parecia desabar era a luz na minha escuridão e a sabedoria da minha ignorância.
Aprendi e volto a aprender sempre com ele. Volto leio e releio e-mails, leio o site e encontro as palavras que já conversamos.
Segue na integra uma das mensagens mais importantes deixada por ele, na minha opinião:
O livre arbítrio é usado naquele momento que a decisão pode levar ao certo ou ao errado.
Através dos tempos a Umbanda consagrou fundamentos que alicerçam a sua qualidade religiosa, inclusive o que diz respeito ao homem e sua liberdade: o livre arbítrio! Felizmente a maioria dos praticantes solidificou sua fé em cima desse preceito. Ninguém pode ficar prisioneiro dos dirigentes religiosos, seja a religião que for. Tanto o espiritismo Kardecista como a Umbanda ensinam que somos livres para tomar nossas decisões. Ninguém pode interferir na nossa vontade. Mas, não é o que acontece!
Bem, o termo “livre arbítrio” já faz parte da umbanda. Só falta ele sair da falácia para ser aplicado na plenitude do seu sentido. O livre arbítrio é usado naquele momento que a decisão pode levar ao certo ou ao errado. Essa vontade escolhida por nós terá uma importância futura de forma inevitável e por ela teremos que responder, como premio ou castigo, tanto faz.
Vejam o trecho de uma carta que recebi : “…diziam que eu tinha um Karma e eu tinha me comprometido a resgatar este Karma nesta vida fazendo a caridade, por meio da umbanda e tinha que fazer. E que nada pra mim daria certo se eu nao trabalhasse.” A pessoa não queria fazer mais parte da corrente e ao comunicar a sua decisão ouviu as coisas acima narradas. O dirigente que interfere na vida espiritual do médium está cometendo o crime de desviá-lo do seu livre arbítrio e ele, o médium, cometendo o grave pecado de fugir do dever de decidir.
Gosto de dirigir meus textos aos médiuns, aqueles que estão iniciando e equivocadamente costumam não questionar as coisas que lhes são ensinadas pelos dirigentes. Essa posição é muito cômoda principalmente porque passam a responsabilidade para os dirigentes. Isso está errado. Não se deve entregar a dádiva de poder optar pelo certo ou errado, porque esse é o caminho da evolução. Não tem outro.
Sobre o uso do livre arbítrio várias situações se apresentam, desde uma simples vontade até o desejo de seguir uma religião. A liberdade tem que ser exercida em sua plenitude. Nenhum dirigente deve interferir nesse sagrado direito e nenhum médium deve permitir essa influência.
Não têm fundamento as ameaças feitas por alguns da necessidade de que as pessoas entrem em um terreiro porque as entidades estão cobrando, ou que suas vidas ficarão atrapalhadas se não desenvolverem suas mediunidades. Maldades feitas pelos dirigentes, carmas e missões são coisas que não se deve acreditar. O bom dirigente não prende ninguém em sua casa. Preocupa-se com o destino do médium que está saindo, aconselha e deseja que ele encontre um lugar onde possa trabalhar e ter paz.
(Texto do site Terreiro Pai Maneco Por Pai Fernando de Ogum. Minha Opinião – Agosto 2008)
Cite uma história marcante com alguma entidade que trabalha:
Na gira, um médium da corrente traz sua madrinha para conversar com Seo Tata. Ao perguntar como ela estava, recebe a resposta que as coisas não estavam indo bem.
Ele parou por um minuto e perguntou se ela recebia a santinha em casa. Sem demora, a consulente respondeu que sim.
Seo Tata se ajeita na cadeira e pergunta naquela entonação de Exu: “E porque você meteu a mão dentro da capelinha da Santa?”
A consulente prontamente disse que não tinha colocado a mão dentro da capelinha. Seo Tata insistiu e ela respondeu: “Mas eu não coloquei a mão dentro da capelinha, só mandei reformar!”
Seo Tata se aproxima da consulente e em tom mais brando explica que é por isso que as coisas não estão indo bem: “Você botou a mão em muitas lágrimas. Lagrimas de morte, de doença, de perda de marido, de filho viciado. As únicas pessoas que podem abrir a capelinha são os padres que tem a hierarquia dentro da religião deles.”
Finalizando a conversa, pediu que filha voltasse na próxima gira.
A consulente voltou e foi feito um trabalho para ela.
Na gira de Exu seguinte o médium pede uma consulta com Sêo Tata Caveira e diz:
“Meu pai, minha madrinha não só reformou a capelinha da igreja. A santinha antiga fazia muitos milagres e ela queria que a santinha ficasse segura e trocou a santinha da capelinha e ficou com a santinha para ela”.
Sêo Tata se aproximou dele e disse novamente que ela botou a mão em muitas lágrimas. Lagrimas de morte, de doença, de perda de marido, de filho viciado, de tristeza. “Mande ela devolver a santinha!”
Deixe uma mensagem para os filhos da casa:
O Terreiro do Pai Maneco é um lugar mágico, maravilhoso, onde nos sentimos mais próximos de nossas entidades e entramos em contato com nossos Orixás.
Onde nos sentimos acolhidos e aprendemos a lidar com nossa mediunidade.
A nossa mediunidade precisa ser lapidada, não pule etapas não queria se adiantar!
Aproveite cada estágio de aprendizado da sua mediunidade, se respeite. Respeite o seu tempo!
Imprensa Pai Maneco, thank you for your blog post.Really thank you! Awesome.
Obrigado Vinicios o link foi muito valido.