Exu
“Os Exus são os soldados da Umbanda, além de suas demandas ainda atendem o que os Pretos Velhos e Caboclos necessitam e ordenam. Eles seriam os colonizadores desencarnados que mataram os negros e índios do Brasil, por resgate agora são servidores”, explica a Mãe Lucília de Iemanjá.
Os Exus da segurança do Terreiro Pai Maneco é o Exu Tranca Ruas da Almas e Dona Maria Padilha. Do Congá é o Exu Caveirinha e ainda tem o Exu Tranca Rua da Porteira, que cuida da tronqueira.
O Exu Tranca Ruas, que é o chefe do terreiro, cuida das demandas e de nossa segurança. “É um Exu refinado, um dia disse que escolheu ser Exu porque conhecia bem a Igreja Católica”, conta.
“No TPM, Exu utiliza o material normal da Umbanda em seus trabalhos: velas, ponteiros, pembas, ponto riscado e, em algumas vezes, bebidas, mas vejo que cada vez é em menor quantidade”, relata.
Nos pontos riscados normalmente aparecem tridentes, caveiras e alguns símbolos cabalísticos.
“Importante é saber pedir para eles. Exu Tranca Ruas sempre dizia para ter cuidado com que pede, pois pode ser atendido. Sinto que gostam de trabalhar com empregos, imóveis, são bons nisso, mas também sei que só ajudam os merecedores”.
Segundo a Mãe Lucília, é a energia mais próxima da terra, por isso usam um linguajar bem popular, podem até conhecer gírias modernas e não poupam ninguém com seus conselhos, às vezes até são duros por serem diretos, sem rodeios.
A Mãe Lucília, que trabalha com o Exu Caveirinha, conta que uma vez uma consulente entrou chorando no terreiro, havia apanhado do namorado antes de entrar para as consultas por ele não concordar em ela estar ali. O Exu Caveirinha ficou muito irritado e disse que ia esfregar lama na cara dele para ele perceber o quanto estava sendo burro.
Passado uma gira esta moça retornou e contou que foram para uma cachoeira e que lá todos seguiram uma trilha e o rapaz, na teimosia, quis pegar outro caminho que lhe fez escorregar cachoeira abaixo, caindo em um monte de lama. Na hora ela lembrou do Exu Caveirinha, o que lhe tirou várias risadas. “Ele é assim, se diverte ensinado”.
A Mãe de Santo diz que gostaria de bater na mesma tecla a respeito das Pombas Giras. Elas não são moças que descem em bar para seduzir ninguém, não tomam conta do corpo de ninguém sem permissão, não atrapalham a vida de ninguém, não fazem pessoas encarnadas serem fúteis e nem se apropriam de vidas. “Alguém dizer que a “SUA” Pomba Gira lhe tomou e que você não lembra de nada é pura desculpa”, finaliza.
Amalá para Exu: 7 velas vermelhas e sete pretas; Comida: farofa de milho, com bastante pimenta e alho, coberto com azeite de dendê; o recipiente pode ser, no caso dos Exus, um alguidar de barro; bebida: marafo; 7 charutos; se quiser flores vermelhas.
Local da entrega: Para os Exus do cemitério e das almas os lugares de entregas, dentro da cidade, seriam nas encruzilhadas, portão do cemitério ou dentro do cemitério. Mas recomendamos que a entrega seja feita dentro de um mato ou em sua entrada, de preferência embaixo de dois galhos de árvores que se cruzem.
Amalá para Pomba Gira: Farofa, Vinho branco ou rose, Cigarro com a carteira aberta e alguns puxados para fora, 1 Caixa Fosforo, Velas vermelhas, Flores – rosas de qualquer cor.
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