Preto Velho
Os Pretos Velhos fazem parte do triângulo da Umbanda e se equilibram neste tripé com os Caboclos e Exus. “Os valores deles no mundo dos espíritos são as virtudes morais, como o amor, a caridade e o perdão”, relata a Mãe Rita de Oxum.
A mãe de santo conta que o Pai Maneco, entidade que trabalhava com o Pai Fernando de Ogum e dá o nome ao Terreiro, é uma entidade maravilhosa, compreensivo, amoroso, humilde e muito forte. Segundo a Mãe Rita, os Pretos Velhos, como todas as entidades, trabalham com todos os tipos de pedidos.
Eles conseguem separar a necessidade da vaidade. Conseguem entender a dor de cada pessoa e suas necessidades. “Eles ensinam os filhos a terem mais paciência, humildade, consciência e amor.”
Eles trabalham com cachimbos, cigarros de palha, ervas, água, pemba, chaves antigas, entre outros elementos, de acordo com a história da entidade. Quanto aos pontos riscados, alguns têm como característica cruzes, estrelas, ondas e triângulos. “Cada Preto Velho tem sua linha específica e dentro dessa linha sua simbologia e elementos”, explica.
“Minha irmã tinha tido bebê e meu sobrinho chorava noite e dia. Um choro de agonia e dor misturado. Chorava de perder o fôlego. Minha irmã já tinha levado ele ao médico, já estava tomando remédios e não tinha melhoras de jeito algum. Fomos ao terreiro, quando ainda funcionava na Faculdade Espírita. Cheguei para gira minha irmã estava na porta do terreiro, marcamos consulta para segunda parte. Meu sobrinho aos berros e quando chegaram os Pretos ele foi o primeiro a ser atendido, Pai João de Angola pegou ele e começou a benzer ele foi se acalmando ficou em silêncio e sorriu. Pai João de Angola virou para minha irmã e disse pronto ninguém mais vai incomodar vocês e minha irmã foi embora sem entender nada e o garoto nunca mais chorou daquele jeito”.
“Uma consulente e o marido foram ao terreiro consultar com a Vovó Catarina, entidade que trabalho, pois a esposa tinha dificuldades para engravidar. Com simplicidade a Preta Velha benzeu a esposa e disse para ela tomar um chá. Meses depois o casal leva a bebê para batizar na gira de Preto Velho. Ela foi batizada no dia 11 de maio do ano passado, com nove meses de vida. Uma linda garotinha!”
A Vovó Catarina é a maior madrinha que tem. A escolha dela é quase unânime nos batizados.
Amalá: 7 ou 14 velas branca e preta, tutu de feijão, feijão fradinho, doces naturais como cocada, rapadura. Bebida: cerveja preta ou marafo. Fruta: banana. Flores brancas. Um cachimbo ou fumo ou cigarro de palha.
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