A gira do Pai Fernando, por Carolina Wanderley
O bicho humano tem algumas características notáveis, e uma delas é imaginar. É um poder infinito, que autoriza unir mundos.
Por isso me permiti, desde a gira de segunda última, engendrar uma coisa que não me sai aqui da porta de entrada da cabeça: me coloquei a pensar na Gira do Pai Fernando.
Sim, porque temos as giras lá do calendário do Terreiro do Pai Maneco. Estão todas no site, de segunda a sábado. No nosso mundo material, afinal.
Mas eu queria saber do Fernandão, como andaria a gira dele no “lado de lá”.
Isso não veio do nada, essa vontade de pensar: há alguns anos, no nosso primeiro trabalho de Pedreira (que saudades dos trabalhos de Pedreira!), Dona Maria Redonda me chamou e me disse que o “Careca” hoje em dia toca um trabalho igual ao nosso do outro lado do espelho da morte, para os desencarnados. Como ele trabalhava aqui para fazer os vivos conversarem com os mortos, agora ele trabalha de lá para cá, ensinando os desencarnados e entrar em contato com nosso mundo material.
Tem toda lógica isso que ela me disse, afinal não é todo desencarnado que trabalhou em linhas espíritas religiosas e essa possibilidade de existência dos espíritos não é algo muito falado em outras diversas correntes religiosas.
Muito bem, tendo isso como ponto de partida, me coloquei a entressonhar a Gira do Fernandão.
Neste trabalho, que me dou o direito de sonhar da forma mais bonita e juntando outras pessoas queridas, sentadas ao lado do Pai Fernando estão a Dionísia, com aquele jeito sério engraçado dela, e a Sharon, docemente ouvindo o que o pai de santo diz.
É uma gira muito parecida com a nossa, sabe. Tem assistência, consulentes, que vem buscar saber de seus vivos queridos e dos pontos de toque entre os dois mundos. Tem um espaço para isso, como o nosso Terreiro, exatamente em cima dele. Só que no Terreiro do Pai Maneco lá de cima não tem paredes e não tem portas. Os espíritos dos nossos Guias, presentes e visíveis, fazem um círculo e servem de pilares para este trabalho.
Organizando a entrada da assistência está a hierarquia do Pai Fernando: o Pai Geraldo, magrinho, cantando uns pontos bonitos e emocionando todo mundo, o Gui Rocha, que hoje é capitão do lado de lá. Eu arrisco dizer que o João da tia Ana já foi cruzado e também ajuda na gira.
Tem médium de toco na minha quimera do avesso da gira: tem o nosso querido Seu João, que além de dar consultas ainda traz um fluído parecido com água para colocar na mão das Iemanjás do astral. Tem também a Carmen Silvia, que consegue ver de lá para cá como via de cá para lá, igualzinho. Tem ainda o Junior, que por lá dá consultas e vive pedindo para o Pai Fernando para editar um jornalzinho de notícias sobre contato com os vivos para os desencarnados.
Acontece que o Pai Fernando não dá muita bola para esta ideia de jornal, porque ele sempre se interessou mais pelas tecnologias. E como ele sacou, desde seu desencarne, que consegue entrar em contato com o pessoal do mundo material por mensagens cifradas no celular, já organizou um grupo de estudo destas fascinantes possibilidades de contato com os vivos.
Mais à esquerda do “Congá de lá” está uma figura linda, toda iluminada. É a Dona Maria, que quando dá seus passes emana uma luz cor de rosa de suas mãos astrais. E tantos outros amigos lá trabalham, também com vibrações coloridas de energia pura. O Seu Tide está na corrente, e fabrica ainda medalhas lindas da firmeza do Terreiro do Astral. E tem também a Mirela, que não incorpora mais a Mama Rosa, e sim dança junto com ela quando tocam os pontos de ciganas.
Nossos parentes desencarnados, de tanto rezarmos por eles para nossos Guias daqui, foram conhecer o trabalho do Terreiro de lá. E viraram frequentadores, daqueles que cantam os pontos toda semana e que indicam aos desencarnados que precisam que procurem o Pai Fernando, que ele pode ajudar nas suas mazelas.
Às vezes a gente consegue sentir mais forte por aqui que a gira de lá está rolando ao mesmo tempo que a nossa. É quando as intuições chegam forte, quando os trabalhos parecem se tocar. Como nessa segunda última, em que um grupo grande de almas sofredoras veio para ser encaminhado para um melhor plano através dos Guias. Foi o Fernandão que dirigiu este trabalho. Pediu a Lucilia que chamasse as Almas, e todos trabalhamos juntos, os médiuns daqui e os médiuns de lá, coisa mais linda de energia para um bem maior.
Ah, não pode ser só um sonho! Corrente linda essa sob o Pai Maneco e o Caboclo Akuan, que é de ferro, aço, energia e amor!
Lindo texto, consegui ver tudo isso funcionando enquanto lia. Parabéns, que venham outros textos para nos fazer viajar…..um pouco do lado de lá.
Bem legal
sou espirita kardecista através dos textos e relatos dos cambones me apaixonei pela umbanda e os orixás percebi que eles têm amor por nós encarnados já li dos cambones agora estou nos textos dos médium se Deus quiser e a espiritualidade vou conhecer o terreiro do pai maneco sou de São Paulo Obrigada Elza Franco