Vivenciando a Umbanda sem paredes
Nos 30 anos de história, o Terreiro Pai Maneco nunca havia ficado tanto tempo fechado. Já são dois meses em decorrência da pandemia do Coronavírus, sem data de retorno.
Esse é um momento de reflexão, de buscar se reinventar e de se conectar de formas alternativas com toda a energia que a Umbanda tem a oferecer.
“Para me manter conectado com o Terreiro e com a Espiritualidade, tenho buscado a reflexão interior, relembrando as mensagens das entidades e sobre como cheguei na Umbanda e os caminhos que já percorri dentro do Terreiro do Pai Maneco. Outro exercício é mergulhar nas diversas mídias disponibilizadas pela casa, seja a vasta literatura que o site disponibiliza para download, canal do Youtube e lives semanais, dos dirigentes nas redes sociais. As visitas agendadas para os médiuns da corrente ao TPM também ajudam muito neste momento. As entidades espirituais e os dirigentes, sempre reforçaram que temos que ser umbandistas em todos os momentos, não somente no dia de gira e isso nunca fez tanto sentido. E como o Caboclo 7 Ponteiras do Mar avisou, estamos vivenciando a “Umbanda sem paredes”. O maior desafio é como auxiliar ao próximo e elevar nossas vibrações, respeitando o distanciamento social. Eu ainda estou aprendendo e me adaptando a esta nova realidade”, conta Lucio Santos, da gira do Pai Gustavo.
O médium Diogo Lucas, da gira da Mãe Camilla, conta que está tendo que aprender a entrar em contato com os guias, fazendo tudo o que aprendeu nos anos de prática da Umbanda. “Banho de ervas, conversa com o anjo da guarda, com os guias. É uma experiência que traz um novo aprendizado. Nos dias ruins temos que nos apegar aos nossos guias e relembrar das palavras que escutamos nas consultas, das palavras dos pais e mães de santo. Tenho certeza que vai passar e voltaremos mais fortes e conectados com o espiritual, vai ser um processo de crescimento espiritual para todos, pois é na dificuldade que crescemos e aprendemos”, explica.
“Um dos maiores ensinamentos da Umbanda que eu levo para vida é que nós precisamos ser umbandistas fora do terreiro. Eu como sou ogan, tenho procurado cantar bastante, toco alguns pontos para tentar ter uma conexão, para lembrar dos dias de gira. O que tem me ajudado muito é a conexão com o terreiro e com as pessoas do terreiro, via internet, principalmente pelas reuniões das giras que participo, pelas lives dos pais de santo. Isso tem deixado a gente mais próximo. Essa conexão digital tem me ajudado muito nesse momento escuto muito sobre umbanda, leio muito também, principalmente no nosso site, leio sobre o Pai Fernando. E, além disso, as visitações agendadas ajudam bastante a nossa conexão. No mais vou seguindo os ensinamentos que aprendi dentro do terreiro e me conectando com os guias”, relata Gabriel Mafra, da gira do Pai Renato.
Já a médium Roberta Abrão, da gira da Mãe Lucília, que também é responsável por alimentar as redes sociais do terreiro, relata que sempre teve muita facilidade em reunir pessoas e gerenciar processos. “Além de coordenar as mídias, pensar em conteúdos interativos, aproveitei a nossa rede de contatos, para promover a arrecadações de alimentos. Hoje, o Terreiro apoia, por meio dessas doações, Projetos Sociais Sérios, os quais médiuns da nossa corrente coordenam e são voluntários. Formou-se uma grande aliança, pois a aderência tem sido motivadora. O espírito de união para ajudar quem precisa, seja com uma mensagem do guias que eu divulgo ou os alimentos doados pelo Terreiro, me mantêm feliz, determinada e conectada com os guias”.
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