Seu Zé Pelintra, o conhecedor das dificuldades da civilização de hoje

No ano de 2020, a Dirigente Geral do Terreiro Pai Maneco, Mãe Lucília de Iemanjá, pediu aos médiuns da casa para responder a uma pesquisa sobre Seu Zé Pelintra, a fim de verificar quais eram os conhecimentos dos médiuns sobre essa entidade. Entretanto, antes de adentrar nos resultados da pesquisa, Mãe Lucília de Iemanjá nos traz uma carta escrita por Caroline Lipca em 2010.

“Vou começar este trabalho transcrevendo uma carta escrita e publicada por Caroline Lipca em 2010, que parece ter a mão de todos nós, umbandistas. O texto cita a gripe suína, mas pode ser perfeitamente atualizado para Covid em meus atuais apelos.”

Carta aberta a Seu. Zé Pelintra.

“Saravá meu nego amado, querido amigo e protetor,

Sabido é que ando lhe devendo lá umas oferendas e uns agradecimentos.

Mas aí me pergunto, meu pai, quem de nós não está?

Sei que meu nego não se faz de rogado pela pequena demora não. Não o senhor, grande entendedor do mundo de antes e de agora.

Entende das ervas, da costura, da dor dos escravos, da beleza da miscigenação das raças, da dificuldadedos homens nas cidades pequenas e grandes.

E que entende também dos meus esquecimentos despropositados!

Então, apesar do atraso dos meus agrados, não tenho vergonha de ainda lhe fazer mais um grande pedido.

O senhor, conhecedor das dificuldades da civilização de hoje, podia muito bem nos dar mais uma força bruta nesse momento tão incauto.

Não podia?

É, meu pai, por aqui a coisa anda feia. Muito feia.

É terremoto pro lado, ventania pra baixo, uma tal de gripe suína voltando pra cima e um alagado do tamanho da vista aqui, pro nosso lado.

Agora pra andar no Rio precisa até de pedalinho – o senhor não vê?

“- Uma ajudinha, pelamor, o senhor não manda não, doutor?

– O branco estraga e nego tem que trabalhar?

– É sim, senhor.”

Pois falta ainda muito pra gente aprender, meu pai. Reforça, aqui, então, essa lida da educação dos filhos.

Ensina a gente a viver de novo, a amar, respeitar o próximo e a cuidar do planeta em que vive.

A ter alegria na alegria do outro, a ter felicidade na felicidade de alguém.

Ajuda a tirar as vistas da ganância e a colocar os olhos de ver com amor a obra de Zambi.

Vem e traz, nego querido, essa sua imensa falange, essa família de homens e mulheres de luta.

E com eles traz a gente de volta pro trilho, traz a gente pro caminho certo – que de errado a gente já foi bem longe e fez até desvio.

Mostra o retorno, meu pai.

O senhor e toda essa família de Zés que é quase infinita em tamanho – e eterna em fundamento.

Ajuda a gente a enxergar e entender o que é honestidade e o que é malandragem. Vem mostrar de novo o que é o jeitinho brasileiro – que não engana, não mente, mas que é versátil em toda sua destreza e maestria.

Porque malandragem é fazer o difícil com um sorriso na boca, como o senhor mesmo já ensinou.

Chega aqui, ajuda a virar essa mesa cheia de corrupção, violência e estupidez.

Bora botar ordem na cozinha! Jogar fora esse rango insosso, botar a nossa feijuca no fogo, preparar o pandeiro do samba bom.

Traz essa força e a sabedoria, meu pai, pra gente colocar fora tudo que não presta nessa vida.

Desde o falso amigo até o político corrupto, o policial cruel.

Que é pra tentar evitar, meu pai, que mais se matem ou morram assim, com tiro no peito, em deslizamento, num infarto de estresse, numa depressão ou overdose qualquer.

Vem mais perto pra tirar seu povo dessa condição de menor abandonado, desse sentimento de rejeição.

Eu sei que é pedir demais, mas abre esse seu sorriso e seus braços um pouquinho mais, meu pai!

Porque a gente é criança e precisa, sim, de luz no caminho – e de um bom colo, pra deitar e sonhar um futuro melhor pra nossa gente.

Com todo o carinho e respeito do mundo.

Sua fia branquela,

Caroline Lipca”

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Diante dessa carta, que nos enche o coração, e que retrata esta nobre entidade de Umbanda, Seu Zé Pelintra, iniciamos a análise de resultados da pesquisa acima mencionada.

1.  EXPERIÊNCIAS E CONHECIMENTO DA ENTIDADE ZÉ PELINTRA

No formulário disponibilizado, a primeira pergunta foi “Você já se consultou com Seu Zé Pelintra?”. Foram contabilizadas 546 respostas: 35% dos médiuns responderam que já se consultaram e 65% responderam negativamente à questão. Observa-se, portanto, que a maioria dos médiuns ainda não teve um contato direto, via consulta, com tal entidade.

Na segunda pergunta (“Onde foi a consulta?”), respondida apenas pelos médiuns que já seconsultaram com a entidade, houve 193 respostas. Dessas, 53% dos pesquisados responderam que se consultaram com Seu Zé Pelintra do Terreiro Pai Maneco, 26%, em outro Terreiro e 21%, tanto no Terreiro Pai Maneco quanto em outro Terreiro.

Da questão ‘’Em qual(is) linha(s) de trabalho você classifica Seu Zé Pelintra?’’, a maior parte dos médiuns classificou Seu Zé na linha dos Baianos, seguido da linha dos Pretos Velhos, Exu e por fim outros.

Por último, dentre as perguntas objetivas, foi questionado “Você já incorporou Seu Zé Pelintra?”. De 537 respostas totais, 57% responderam que NÃO incorporaram, 17% confirmaram que já incorporaram e 26% não sabem responder.

De maneira geral, a pesquisa visou analisar o contato dos médiuns e conhecimento sobre o Seu Zé Pelintra, bem como despertar a curiosidade de aprender ainda mais sobre esse espírito.

2.  ORIGEM DO SEU ZÉ PELINTRA. Compreendendo a história da passagem em terra da entidade Seu Zé Pelintra, na visão dos médiuns.

Há inúmeras versões sobre as origens de Zé Pelintra e não há consenso sobre a única ou verdadeira história ou origem. Porém, fato é que a entidade está intimamente ligada com o imaginário popular nacional.

Na pesquisa citada, o que foi colocado em pauta foi a origem da entidade, fornecendo um campo para resposta descritiva. Várias foram as respostas: 91 pessoas disseram que a entidade é Nordestina (o que se mostrou uma maioria), seguida com 90 votos a apontando como Carioca, e em terceiro lugar, com 88 indicações, de que Seu Zé Pelintra é Baiano.

Em um contexto mais geral, os pesquisados reconheceram que a entidade é Brasileira. Foi citado também que veio “dos morros” (em referência a lugares periféricos a uma cidade desenvolvida) e ainda há menção da sua origem histórica como um negro alforriado. Com menor incidência, foram mencionadas as cidades de São Paulo, Santos e Paranaguá. Por fim, alguns médiuns não sabiam responder qual seria sua origem.

Na mesma oportunidade, alguns médiuns trouxeram histórias quanto a origem do Seu Zé Pelintra. Houve relato no sentido de que ele seria um menino sem pai nem mãe, que se mantinha como podia. Teria crescido na Bahia e então migrado para o Rio de Janeiro, viagem em que fez amigos e inimigos. Após seu desencarne, recebeu a permissão e missão para transitar entre as linhas da Umbanda. Outra resposta trouxe versão semelhante à anterior, afirmando ainda que ele teria sido criado por Ogum Beira Mar (provavelmente aqui fazendo referência a um ponto do Seu Zé Pelintra cantado em nosso Terreiro). Houve relato também de que a entidade foi um advogado e que defendia e mediava a causa de grupos menos favorecidos à época.

Um médium participante pontuou que o espírito possivelmente foi um negro alforriado, que teve que encontrar maneiras de sobreviver, viveu às margens da sociedade e sofreu preconceito.

Em um contexto de origem e formas de ser, algumas respostas apareceram com considerações parecidas, sendo que: em terra, a entidade viveu uma vida boemia, sabendo ser “malandro” (em um contexto de sagaz, esperto, com boa visão…), um capoeirista em essência que afronta e não bate, que teve uma vida mais profana e que representa a vida do povo brasileiro. Entretanto, de uma forma geral, foi comum observar que boa parte dos pesquisados enalteceram a forma como essa entidade levou a vida e, mesmo com uma vida difícil, viveu de uma forma leve.

Em uma das manifestações, foi dito: “Representa o povo que precisa rebolar para viver, talvez um dos maiores representantes de nossa cultura. Tem uma malandragem ingênua como forma de driblar as adversidades, está em todos os lugares onde as pessoas lutam por uma vida melhor”. Outra trouxe: “Representa a malandragem dos morros, tem uma forma não convencional de resolver os problemas eaceita a diversidade (…). Desata nós impossíveis”. Ainda, há relatos de que o espírito era Catimbozeiro ou Mestre Juremeiro, com grande importância na cultura. Outros o descrevem como alguém que estava sempre em rodas de samba e jogos de azar. E, por último, uma resposta relata que é um espírito antigo como os pretos velhos e teve uma encarnação próxima a nossa.

Acrescenta-se que alguns médiuns trouxeram relatos sobre seu desencarne, e sobre como se tornou uma entidade na Umbanda. Em resumo, as respostas trataram sua morte como um processo doloroso e por vezes trágico, e a sua chegada à religião como resgate e missão de prover a quem precisa leveza, alegria e sabedoria.

Seu Zé Pelintra pode ser caracterizado por Nordestino, Carioca, Baiano, malandro, letrado, mestre, escravo alforriado, pertencente a uma classe baixa ou alta ou um representante do brasileiro. O que não se pode negar é a sensação de proximidade, pertencimento e grande admiração dos médiuns para com essa entidade, que é a desatadora de nós, causas impossíveis e, em resumo, uma entidade de luz que cumpre sua missão brilhantemente na Umbanda.

3.  POPULARIDADE E PEDIDOS AO SEU ZÉ PELINTRA.

Quanto à grande popularidade de Seu Zé Pelintra, foi comum as respostas apontarem características do espírito para justificar tal questão. As palavras “identificação”, “alegria”, “descontração”, “sinceridade” e “leveza” apareceram em quase todas as respostas e isso reforça o porquê dessa entidadeser tão querida.

A maioria dos médiuns gostaria de “ser o Seu Zé”, pois vê nesse espírito um pouco do que somos ou que gostaríamos de ser. Eles acreditam que essa é a entidade que se parece conosco, encarnados, e também representa o que buscamos hoje, como a luta contra as desigualdades, além de fazerem um paralelo com o povo sofrido, desprovido de bens e comida. Ainda, por conta de sua história e forma de agir, as respostas apresentaram sentimento de similitude entre Seu Zé e a nação brasileira. Nessa mesma linha, o descrevem como um super herói popular, numa identificação com os desprovidos – respostas parecidas aparecem algumas vezes. O Seu Zé Pelintra é, também, claramente incluído pelos médiuns no folclore brasileiro, inclusive relacionando-o à Ópera do Malandro, do Chico Buarque, e ao Zé Carioca, do Walt Disney.

A entidade representa a ideia de que se pode sobreviver a todas as dificuldades, com aquele jeitinho brasileiro. O jogo de cintura também aparece como característica dele, como um desejo de nós, encarnados.

Muitos relataram que a consulta com ele soa como uma conversa com um amigo íntimo, o qual, porém tem as respostas para as nossas questões e as comunica sem rodeios. Constatou-se que o samba é um grande atrativo nessa linha de trabalho, e os médiuns gostam de seus pontos cantados, pois trazem uma energia vibrante e alegria durante as giras.

A resposta a seguinte sintetizou visão sobre a linha e as características de sua popularidade: “Pela forma que se apresenta, ele é a autenticidade que a maioria das pessoas quer ter e não tem coragem, demonstram inteligência e astúcia que muitos dizem ter mas que no fundo não tem. Ele expõe algo que as pessoas querem, uma linha muito expositiva, consegue ilustrar seus pensamentos e contemporiza em qualquer tempo. Existem cada vez menos índios e escravos, boiadeiros e ciganos por aí afora, contudo o malandro sempre está em nossa volta de uma forma ou outra e as pessoas se identificam com isso.”

No formulário, ainda foi perguntado “O que pedir ao Seu Zé Pelintra?”, e as respostas são diversas,em um total de 489. A maioria, com 119 respostas, acredita que não existe um pedido específico à entidade, ou seja, creem que se pode pedir sobre qualquer assunto ao Seu Zé. Em segundo lugar, 85 pessoas responderam que o pedido seria para trabalho, no sentido de ocupação profissional. Na sequência, 77 pessoas se manifestaram defendendo serem as finanças um assunto típico dessa linha.

Abrir caminhos, cura de vícios diversos, relacionamentos e proteção foram os pedidos que alcançaram um número médio de respostas – entre 53 e 40, totalizando 173 respostas para tais assuntos. Mau-olhado, familiares, emocionais, justiça, guardar os caminhos e obsessões somaram 170 votos.

Em um número menor, foram citados os assuntos curas, injustiças, violência doméstica, jogo decintura (na vida), e estudo sobre ervas, que totalizaram 25 respostas. Finalmente, 27 pessoas não souberam responder à questão.

Constatou-se, portanto, que Seu Zé Pelintra é amplamente requisitado nos mais diversos pedidos, não se restringindo a um tema. Pelo contrário, a maioria das respostas convergem ao afirmar que não é necessário um pedido específico para essa linha de trabalho.

4.  MOMENTOS MARCANTES COM SEU ZÉ PELINTRA.

 As respostas claramente demonstram que Seu Zé é muito assertivo nas consultas e os resultados dos trabalhos são muito rápidos. Alguns trouxeram que ele foi o responsável pela entrada de alguns médiuns na Umbanda e se sentem muito protegidos desde a aproximação com essa entidade.

Em um contexto geral, os pesquisados o descrevem como o arquétipo da malandragem e citam que a entidade conduz as consultas com palavras diretas, mas ao mesmo tempo, descontraídas e com uma dose de alegria. A serenidade, espontaneidade e o encorajamento para enfrentar as dificuldades marcaram muitas pessoas que já se consultaram com ele.

5.  VISÃO HISTÓRICA – Contribuição por Edgar Cavalli

A missão que me foi confiada, de historizar a figura de Zé Pelintra na Umbanda, propõe que seja feito, ao menos, um recorte temático: falo da História do povo brasileiro, suas lutas e busca pela sobrevivência ou falo dos vários espíritos que se identificam como Seu Zé?

Porque para mim, enquanto historiador, falar de Zé Pelintra é falar da colonização do Brasil, buscando entender os caminhos que nossa população passou, as lutas, perseguições e sofrimentos para chegar até aqui.

Entendido como um malandro que possui a sabedoria popular, seu Zé personifica em si o boêmio, o trabalhador, o capoeira, o negro, o ex-escravizado, o mestiço, o sacerdote e o macumbeiro. Carrega em seu arquétipo a força de um povo sofrido, marginalizado, porém orgulhoso e conhecedor de seus valores.

Em minha opinião, as linhas neutras da Umbanda são o povo brasileiro em sua essência: miscigenado, diversificado, conhecedor da sabedoria e curandeirismo popular. Pleno, rico, misturado.

Nas linhas neutras, temos baiano que faz oração e marinheiro que joga capoeira, caboclo que também é boiadeiro e boiadeiro que veio da colônia (e bebe vinho). Tem benzedeira, rezadeira, curandeiro, lavadeira, tem coveiro e vaqueiro, comerciante e mascate.

Nas linhas neutras da Umbanda, temos vida e cultura popular. Nas linhas neutras, temos o Senhor José Pelintra.

Ao estudarmos a História do Brasil, costumamos nos prender a uma visão oficial da formação do Estado Nacional brasileiro, onde dominadores e governantes se revezam em jogadas estatais das mais mirabolantes possível, entre golpes de Estado e tentativas de perpetuação do poder.

Mas, me pergunto, e o povo? Onde fica o povo brasileiro durante essa jogatina sem fim de nossos dirigentes? Como se ajusta, como se organiza, como sobrevive?

Esse povo, essa gente que formou nossa nação nos fazeres diários e na busca incessante por sobrevivência é que se apresenta nas linhas neutras da Umbanda. É o caboclo que viveu sua vida em uma fazenda no meio do nada, o mestiço que benzeu mordida de cobra e doença de macaco sua vida inteira, a índia que era parteira, o fazendeiro que conduziu suas tropas para a feira de gado de Sorocaba, o mineiro que “cavocou” atrás de ouro e o povo que se amontoou no entorno buscando um pouco dessa riqueza.

Nossa história foi escrita por imigrantes aqui chegados de diversas partes e em vários momentos históricos distintos.

Gente que existiu, gente que viveu.

Após a libertação, o descendente de trabalhadores escravizados buscou sobreviver nas margens das cidades, ora fazendo um biscate, ora enganando um engomadinho, jogando sua capoeira ou frequentando uma macumba. Esse é o popular malandro e, para mim, esse é Seu Zé. É aí que eu identifico essa figura tão popular em nosso país: na malandragem. Seja no Rio, na Bahia ou até em São Paulo. Seja no Paraná ou no Rio Grande. Nos portos, no litoral. Esse personagem histórico existiu e “deu seus pulos”para continuar existindo. Aliás, ainda existe.

Zé Pelintra é uma das entidades mais conhecidas e cultuadas no Brasil, talvez por sua grande identificação com nosso povo. Originário dos catimbós (religião nascida de vários sincretismos religiosos nonordeste brasileiro), essa falange espiritual traça a vida e participação popular na criação do nosso país como unidade federativa e diversidade cultural.

Dentre as várias identificações de espíritos que trabalham nessa linha, temos advogados defensores dos mais oprimidos, boêmios mortos por maridos enciumados, capoeiras da Bahia e do Rio de Janeiro. Gente que se aproximou das cidades grandes após o 13 de maio de 1888 tentando iniciar uma vida em liberdade, mesmo sem estudo, moradia, segurança ou tratamentos médicos.

Ao entendermos que espíritos com encarnações tão diversas se manifestam nessa linha, notamos porque essa falange espiritual pode se manifestar, também, em mais de uma linha de trabalho; Seu Zé é do catimbó, é catimbozeiro, é malandro, é um espírito que já experimentou tanta coisa que sabe, como ninguém, jogar a capoeira dos baianos, mas benze como bom preto velho, bebe seu marafo e desmancha mandinga quando vem trabalhar na linha dos exus. É do povo brasileiro.

Só não vi ainda na linha de boiadeiro, mas vai que tem uma alma dessa vibração espiritual que já traçou seu ponto no ar com a boleadeira? Creio que, para seu Zé, tudo é possível.

6.  CONCLUSÃO

Todas as informações compiladas acima – sejam aquelas proveniente da análise dos formulários preenchidos pelos médiuns do Terreiro Pai Maneco, sejam aquelas trazidas em toda a rica versão histórica obtidas pela contribuição do médium e amigo Edgar Cavalli -,demonstram e convergem para uma ideia: Seu Zé é uma figura vasta, rica e profunda, estruturalmente ligada ao que é o povo brasileiro. Seja ele branco ou preto, do local ou classe social que for, mas que invariavelmente tem que “se virar”, viver e sobreviver da forma como pode.

Finalizamos, depois de toda essa jornada de conhecimento e trocas sobre esse espírito de luz eleveza, com uma frase que pode compilar a energia e forma de trabalho do próprio Seu Zé Pelintra:

‘’Quer puxar o meu tapete? Cuidado! Pois na escolinha onde você estudou a malandragem, quem cuida de mim, é mestre.’’

Seu Zé Pelintra