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Liberdade

Quando escrevo um texto, fico esmiuçando meus sentimentos incrustados dentro do meu ego. É uma forma de buscar a minha evolução espiritual, embora aceite que será uma jornada lenta e car

Fernando M. Guimarães – Março de 2003

Mesmo não sendo militante, jamais deixei de acompanhar os movimentos políticos de nosso Brasil, desde o Partido Trabalhista Brasileiro do carismático Presidente Getulio Vargas ao PT do Presidente Lula. A lacuna política criada pelos militares da revolução de 64 descaracterizou as verdadeiras ideologias dos partidos. Hoje não se sabe as convicções do homem público porque os partidos não as têm. Atualmente, só o Partido Verde exerce o que prega.

Não me filio a ele para não me contradizer no conceito da liberdade e entender desnecessário que alguma organização partidária precise ensinar-me como e porquê devo proteger o meio ambiente e não destruir a natureza. O radicalismo dos partidos e as juras de fidelidade aos seus programas induzem à refutação das boas idéias, sugerindo incoerência para qualquer organização governamental. Isso incentivou meu entusiasmo pelo utópico anarquismo, na certeza que cada um não transporia o limite da sua liberdade. Mas isso é impossível de acontecer.

A humanidade não aprende. Vejam só: Deus mandou dizer aos homens, segundo Moysés, que ele não pode matar. Os governos ratificaram a ordem Divina incluindo em suas regras que matar é crime. E mesmo assim o homem mata! Uns por ódio, outros para amainar suas índoles violentas e outros para aparecerem na mídia e buscarem uma reeleição, como o George Bush, o parceiro do Sadam Hussein na criminalidade humana. Os americanos reeditaram a imagem do Wayt Earp, o admirado herói bandido. Na verdade eles brigam e os outros morrem.

As religiões não são diferentes. São organizações políticas, interesseiras e cheia de regras e imposições, inclusive a obrigação de doar bens para que elas sejam fortalecidas. Enquanto uns países exibem o poderio de suas armas, inclusive químicas, os religiosos compram os órgãos de divulgação e promovem campanhas e preparam os seus sacerdotes para combaterem a outra religião enaltecendo a sua. A intenção é subjugar seus seguidores. Os políticos prometem uma vida terrena melhor e os religiosos a salvação espiritual. São iguais.

Jesus Cristo pregou que não devemos julgar ninguém, ensinamento amplamente divulgado pelas religiões, mas não assimilado, tanto que para ser guindado ao estrelato de Santo a organizada Igreja Católica monta um julgamento com Juiz, Promotor e Advogado, com direito a cassação, como aconteceu com nosso São Jorge. Nessa esteira eu também julgo os outros. Não como indignação, mas como súplica aos umbandista que têm uma inclinação ao poder e à ganância: não criem regras e imposições à nossa Umbanda. Deixem que ela seja livre e consagrada pelo povo, sem influência da propaganda dirigida. Que nunca seja subordinada a nenhuma entidade centralizadora, exceto se for para fins cartoriais.

Quando escrevo um texto, fico esmiuçando meus sentimentos incrustados dentro do meu ego. É uma forma de buscar a minha evolução espiritual, embora aceite que será uma jornada lenta e carecedora ainda de futuras reencarnações. Como o espírito só evolui, vou escrevendo e dividindo com os outros o que penso e sinto, outorgando-me o direito de convencer a todos que não se convençam facilmente. Meçam e analisem minhas falácias adequando-as no patamar da exeqüibilidade para que o terreiro tenha sua própria fala: somos um Terreiro de Umbanda com a liberdade de cultuar nossos Orixás, respeitamos todos nossos irmãos, estamos prontos para praticar a caridade sem nada receber em troca, respeitamos a vida de todos os animais e respeitamos as outras religiões. Por isso o Terreiro de Umbanda Pai Maneco é livre e independente.

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