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COISAS DA UMBANDA

Os dirigentes dos Terreiros dentre muitas missões e atribuições tem uma tarefa difícil, conter a curiosidade dos médiuns. Parece absurdo que o excesso de informações atrapalhe e prejudique os médiuns novos.

Vou me explicar. A diversidade na Umbanda é muito grande e cada um, sem um livro sagrado para seguir, conduzem suas casas da maneira que pensam ser correto. Não há o terreiro certo ou o terreiro errado, existem as diferenças.

Quando se esta desenvolvendo uma pessoa você faz e usa todos seus conhecimentos para “instruir” aquele cavalo. O desenvolvimento não só é físico através da conduta deste indivíduo na gira como também espiritual no sentido que sua intuição é de real importância para perceber o que se passa com o médium e acima de tudo, doutrinando de maneira que este novo membro da corrente entenda e assimile a filosofia da casa, sendo a nossa , do Pai Maneco.

Vou resumir nisto, porém o assunto desenvolvimento é grande e não vou me ater nisto pois hoje quero falar de outra coisa,das informações.

Hoje no mercado existem centenas de literatura sobre Umbanda. Falo hoje pois isto é novidade, quando comecei a freqüentar terreiros só tinha os 777, Lúcifers e literaturas pobres. Depois estudando a Umbanda procurei em sebos de alguns livros como a Umbanda em Julgamento que não eram encontradas em livrarias e bancas normais.

Ainda bem que o número de umbandistas, estudiosos e a internet nos trouxeram novidades, livros bem escritos e uma vasta quantidade de informações de como cada Terreiro funciona e como são seus ritos e crenças.

Cheguei ao ponto. E o médium novo? Lê tudo, passa horas na internet fuçando, pesquisa livros autores, desenhos e se enche de dúvidas. Nos próximos dias o dirigente do seu terreiro esta frito! Chegam perguntas, dúvidas e a falta de confiança. Se este pai de santo fraquejar ele esta lascado!

Por conta disto tenho sempre a preocupação de pedir para os médiuns escolherem quem vão ler e dou algumas indicações de ritos e filosofias que não agridam a maneira que entendemos a Umbanda.

Muitos médiuns me pedem para fazer os cursos do Alexandre Cumino, conheço o Alê, sei que apesar de cultuarmos algumas coisas diferentes jamais ele deixará de cumprir as palavras do Caboclo da Encruzilhada quando divulgou o nome Umbanda pela primeira vez, que é caridade e não fazer sacrifícios animais, por esta razão autorizo e dou força.

Nos últimos dias tive um bombardeio de email perguntando sobre a mãe Egunitá . Sem saber nada sobre ela procurei saber de onde vinha, quem era e a fonte era ele, o Alexandre. Trocamos emails e abaixo seguirá as explicações desta entidade.

Ressalto aqui que no Terreiro do Pai Maneco, não cultuamos estas entidades e estas linhas vibratórias mas para acabar com as indagações copio aqui as informações.

Escrito pelo Alê:

Egunitá é uma Divindade desconhecida na Umbanda e no Candomblé.
Seu culto não existia mas a divindade existe então as entidades do Rubens Saraceni ensinaram como cultua-la na Umbanda. Desde 1996 o Rubens Saraceni ensina quem é Egunita.

Há um Orixá bem desconhecido chamado Oro Iná, a Mãe do Fogo que na mitologia está na origem das coisas ao lado de Aganju.Aganju aparece como os vulcões que para alguns é qualidade de xangô. Oro Iná é o fogo da terra. É a MÃe do Fogo. Egunitá é Oro Iná.

Já havia no candomblé Egunitá como uma qualidade de Iansã, uma qualidade de fogo, então o nome foi emprestado para identificar a Divindade do Fogo a Mãe Egnitá.

Em muitas culturas há uma divindade feminina do fogo como Kaly na India, Bridge para os celtas, Vesta para os Gregos e etc. Egunitá está para Xangô assim como Iansã está para Ogum.

Coloco abaixo o texto de meu livro : “Deus, deuses, divindades e anjos”

Trono Feminino da Justiça

Egunitá, Héstia, Kali, Enyo, Sekmet, Brighid, Shapash, Lamashtu, Ponike, Pele, Si, Fuji, Sundy Mumy, Oynyena Maria, Ananta, Comentários.

Egunitá – Divindade de Umbanda, é o Trono Feminino da Justiça, absorve o desequilíbrio na justiça de forma ativa, reconduzindo o ser ao equilíbrio; cósmica, pune quem faz mau uso ou se aproveita dessa quali- dade divina com más intenções. Fator purificador e energizador, divindade da purificação por meio do fogo. Também portadora de grande energia, transmite-a a quem dela precise.

Elemento fogo que absorve o ar. Assim como Iansã, ora faz par com Ogum (lei), ora faz par com Xangô (justiça). Também inflexível, é implacá- vel contra as injustiças e os negativismos humanos, mostrando-se assim grande protetora daqueles que a merecem. É senhora da espada flamejante e tão racional quanto Xangô. Ponto de força, caminhos e pedreiras. Sua cor é o laranja. Pedra: ágata de fogo.

Héstia – Divindade grega, Vesta romana, muito antiga e adorada como deusa do lar. Está presente no fogo da lareira, que é o centro do lar, sem ela, não haveria nem a comida nem o calor que nos aquece no frio; ela é o próprio fogo. Protege a família e a ordem social, também evocada para dar os nomes às crianças.

Kali – Divindade hindu “negra” da destruição e purificação. Repre- senta o elemento fogo, com sua língua roxa. Não usa roupa, e seu corpo é coberto pelos longos cabelos negros. Usa um colar de caveiras, tem quatro braços e leva em cada mão armas de destruição e uma cabeça sangrando. É a devoradora do tempo.

Enyo – Divindade da guerra em seu aspecto de “destruidora”, o que a remete a uma condição de divindade da purificação.

Sekmet – Divindade egípcia (“a poderosa”), traz em si as qualidades de purificadora dos vícios e esgotadora daqueles caídos no mal. Representada por uma mulher com cabeça de leoa encimada pelo disco solar, representando o poder destruidor do Sol, é aquela que usa o coração com justiça e vence os inimigos.

Brighid – Divindade celta do fogo, seu nome significa “luminosa”. Filha de Dagda (o bom deus), tinha aspectos tríplices. Deusa da inspira- ção e poesia para os sacerdotes, protetora para os reis e guerreiros, se- nhora das técnicas para artesãos, pastores e agricultores. É também aquela que traz a energia, a motivação e a potência. Uma vida sem o calor de sua chama perde o sentido e torna-se insípida.

Shapash – Divindade babilônica, deusa do Sol, a forma feminina de Shamash, muitas vezes chamada de “a tocha dos deuses”.

Lamashtu – Divindade sumeriana, “a filha do céu”, deusa com cabe- ça de leão (assim como Sekmet), que possuía imenso poder destruidor e purificador.

Ponike – Divindade húngara do fogo.

Pele – Divindade havaiana guardiã do fogo, é padroeira do Havaí. É ainda a senhora das manifestações vulcânicas. Tem como morada o vul- cão Kilauea.

Si – Divindade russa, solar, evocada para punir quem quebrava ju- ramentos.

Fuji – Divindade japonesa do fogo vulcânico, padroeira do Japão. Habita o Monte Fuji-Yama, o mais alto do Japão, ponto de contato entre o céu e a terra.

Sundy Mumy – Divindade eslava, “mãe do Sol”, ela é quem aquecia o tempo e dava força a seu filho Sol.

Oynyena Maria – Divindade eslava do fogo, “Maria do Fogo”, com- panheira do deus do trovão.

Ananta – Divindade hindu, senhora do fogo criador e da força vital feminina. Seu nome significa “o infinito”, aparece como uma grande ser- pente e em muito se assemelha à serpente do fogo Kundaline, para mui- tos, também é uma divindade feminina do fogo.

Comentário: O Trono Feminino da Justiça, Egunitá, sempre foi cultuado em várias culturas, como foi mencionado. A princípio, não é um Orixá muito conhecido entre os nagôs-iorubás africanos, mas essencial para completar todo um panteão de Umbanda. Sendo a mãe que purifica os males por meio de seu fogo, ou recorremos a ela ou nos tornamos carentes de sua presença nos momentos em que só uma mãe ígnea pode ajudar. Na Umbanda, é sincretizada com Santa Brígida, a santa do fogo perpétuo associada à Brighid celta ou Santa Sara Kali, padroeira dos ciganos que surge como “virgem negra” associada à Kali hindu.

Mãe Lucília de Iemanja

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