fbpx

TPM DE CURITIBA x TPM NO MAR – Por Kátia de Iemanjá

Há mais de 10 anos frequentando o Terreiro do Pai Maneco em Curitiba, na gira de quarta-feira, com a Mãe Jô de Oxum, agora passo a fazer parte da gira do TPM no Mar, que é dirigida pela Mãe Lucília de Iemanjá, e que será dirigida pela futura Mãe de Santo, por enquanto, Izabel de Oxum.
Sou muito grata pelos ensinamentos que tive todo esse tempo pela minha Mãe de Santo e pelos Espíritos que ali trabalham, além dos meus irmãos de corrente. Enfim, é um conjunto de aspectos que nos fazem crescer a cada encontro.
Sinto saudade! Às quartas-feiras, como hoje, 26/04, ainda me preparo desde cedo para o trabalho que acontecerá à noite. Me emociono ao pensar que não estarei lá. Que poderia fazer isso ou aquilo, conforme orientação da minha Mãe de Santo.
Minha atividade, depois de algum tempo, passou a ser automática. Nunca penso que não quero ir ao terreiro, apenas levanto e já vou organizando tudo. É como ir trabalhar. Não, trabalhar ainda, às vezes, faço “manha”. Ir ao terreiro, nunca.
Mas, participando do TPM no Mar desde o início do ano, me deparo com uma situação, no mínimo, interessante de ser observada: dos 30 membros que ali estão se estabelecendo, a maioria tem um Pai de Santo derivado do TPM de Curitiba.
Por que isso é interessante? Façamos uma analogia simples, todos nós temos um pai e uma mãe e, obviamente, trazemos conosco o que nos foi ensinado por eles. Da mesma forma acontece com nosso Pai de Santo ou nossa Mãe de Santo: todos trazemos ensinamentos que aprendemos com eles.
A passagem de todos os Pais de Santos do TPM de Curitiba, pelo TPM no Mar, nos faz ter certeza que, embora os fundamentos sejam os mesmos, cada um tem o seu próprio modo de dirigir, de orientar, o seu próprio modo de enxergar o universo do seu filho de santo. E isso desenvolveu em nossa gira (minha agora) uma responsabilidade grande, pois conhecemos os vários dirigentes que nos mostraram aspectos distintos do trabalho com os Espíritos.
Gosto da palavra diversidade. Trabalho com diversidade linguística e inclusão social. Por essa razão, a diversidade que existe no Terreiro do Pai Maneco e o modo como isso é enfrentado, me fascina, pois, a diversidade implica respeito, e o respeito é algo que aprendemos desde criança e que os Espíritos não cansam de nos ensinar.
Não podemos esquecer nunca que, o TPM no Mar é constituído por médiuns “formados” por quase todos os Pais de Santo do TPM de Curitiba e que cada um deve ser respeitado em suas individualidades. Assim que, cada vez que elogiamos um médium, estamos também elogiando seu dirigente. E, cada vez que criticamos ou ofendemos um médium, estamos também criticando e ofendendo seu dirigente. E quando elogiamos um Pai de Santo a um médium, estamos também elogiando esse médium. E, quando criticamos ou ofendemos um Pai de Santo, estamos também criticando e ofendendo o médium, seu filho.
Complexo? Não. Muito simples. O respeito mútuo é ainda a boa pedida.
Foi isso que aprendi em tantos anos de vida, em tantos anos de vida no TPM de Curitiba e espero que mais uns tantos no TPM no Mar.
Nem sempre conseguimos ser o que aprendemos. Mas, não custa tentar, né?
Axé a todos!
Por Kátia de Iemanjá

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.